A Origem do atual jogo de tarot permanece um mistério, visto que são inexistentes referencias anteriores ao séc.XIV, assim sendo podemos aferir sobre o seu berço baseando-se em relatos históricos feitos ao longo dos séculos e de suposições a respeito.
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A etimologia da palavra “Tarot” é desconhecida. Acredita-se que ela possa ter várias origens, dentre elas: a palavra árabe turuq, que significa "quatro caminhos", torat que é o livro das leis hebreu e ot tara que significa “caminho da vida” em indiano, dentre outras possíveis palavras em línguas distintas.
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Sabe-se que os orientais já conheciam os jogos de cartas e alguns historiadores atribuem aos árabes, indianos ou chineses à invenção no séc. X antes da era cristã. A sua ida para a Europa pode ser devido à invasão Moura na península Ibérica que começou em 711 e durou até 1492 com o enriquecimento cultural que os Árabes trouxeram para o continente europeu arrasado devido à intolerância cristã nos séculos anteriores com expansão da arquitetura, navegação, artes e redescoberta de textos clássicos que haviam sido destruídos. Entre estes avanços tecnológicos trazidos pelos Árabes estavam as origens para o jogo de baralho lusófono e possivelmente para o tarô divinatório.
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A primeira referência às cartas registrada oficialmente no ocidente foi feita pelo monge alemão Johannes Von Reinfeldem, residente em Berna, na Suíça, que em 1377 escreveu ao clero sobre a chegada de um jogo de cartas em seu país semelhante ao jogo de xadrez. Em 1392, é criado o mais antigo grupo de cartas que existe: o Tarot de Gringonneur, mantido na Biblioteca nacional da França e possui apenas 17 arcanos preservados. Assim sendo, entre 1369 e 1397 fica claro para os historiadores o aparecimento das cartas na Europa. Durante o período do século XV, a Igreja se posiciona pela primeira vez sobre as cartas proibindo a utilização das mesmas por sacerdotes sem nenhum tipo de explicação.
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A idéia de que os egípcios foram os responsaveis por sua criação foi feita por Court de Gebelin, que escreveu o primeiro livro referente ao tarot, na frança no séc.: XV. Ele associou as cartas do tarot aos símbolos pintados na entrada da câmara funerária da pirâmide de Gizé e dizia que o tarot era, na verdade, o livro de toth que continha todo o conhecimento antigo do egito. Isto aconteceu antes da descoberta da pedra de roseta e quando finalmente foram traduzidos os hieroglifos de Gizé sua tese caiu por terra. Mas aí os ocultistas da época ja tinham disseminado a ideia equivocada.
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O termo Tarot surge, de fato, no século XVII. Durante esse século o baralho já possuía a estrutura de 78 lâminas (com nomes e números) e houve uma divisão do Tarot em Tarot de Jogo e Tarot Divinatório; enquanto o primeiro servia exclusivamente ao entretenimento o segundo se propunha à revelação do futuro. Surgiu inclusive nessa época o famoso Tarot de Marselha que deu origem à muitos outros baralhos.
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A primeira grande publicidade acerca do uso divinatório do tarô veio de um ocultista francês chamado Alliette, sob o pseudônimo de "Etteilla" (seu nome ao contrário), que atuou como vidente e cartomante logo depois da Revolução Francesa. Etteilla desenhou o primeiro baralho esotérico, adicionando atributos astrológicos e motivos "egípcios" a várias cartas, elementos alterados do Tarô de Marselha, e incluíndo textos com significados divinatórios escritos nas cartas. Mais tarde Mademoiselle Marie-Anne Le Normand popularizou a divinação durante o reinado de Napoleão I, pela influência que exercia sobre Josefina de Beauharnais, primeira esposa do monarca. Contudo, ela não usava o tarô típico de Marselha, e sim uma variante conhecida hoje em dia genericamente como “tarot cigano”.
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A concepção das cartas de tarot como códices místicos foi profundamente desenvolvida por Eliphas Lévi e consequentemente incorporada pela Golden Down. Em seu livro, “Dogma e Ritual de Alta Magia”, de 1854, Lévi introduziu uma interpretação das cartas que as relacionava com a Cabala Hermética, aceitava a origem egípcia do tarô proposta por Court de Gébelin e relacionou os seus elementos à cabala hermética e aos quatro elementos da alquimia.
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Arthur Edward Waite, membro da Ordem Golden Dawn, ampliou os estudos do tarot promovendo em 1910 uma redefinição das cartas de tarot eclipsando o simbolismo cristão inserindo em seu lugar temas mais abrangentes, como por exemplo a imagem da sacerdotisa no lugar da papisa. Para ele, a chave do Tarô reside única e exclusivamente no simbolismo das cartas, que formam uma espécie de alfabeto capaz de infinitas combinações que sempre fazem sentido. “O Tarô incorpora as representações simbólicas das idéias universais, por trás das quais estão todos os subentendidos da mente humana”, disse Waite. “É nesse sentido que ele contém a doutrina secreta, que é a percepção, por uns poucos, de verdades encerradas na consciência de todos, muito embora elas não tenham sido claramente reconhecidas pelas pessoas comuns”.
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A partir daí, com a popularização da produção em massa de impressos e o apelo das comunidades pelo ocultismo surgiu uma variedade infinita de decks baseados em uma miríade de simbolismos. São produzidos tarots com imagens de elementais, anjos, egípcios, celtas, nórdicos, gregos, wiccans dentre outros, alguns mantém a formatação original de 78 cartas sendo 22 arcanos maiores, outros alteram a quantidade de cartas conforme o gosto do criador.
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Tarots Famosos:
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1392 - TAROCCHI DE VENEZA - GRINGONNEUR (França)
1395 - VISCONTI-SFORZA (Itália)
1465 - TAROCCHI DE MANTEGNA (Itália)
1500 - TAROCCHINO DI BOLOGNA (Itália)
1625 - TAROCCHINO DE MITELLI (Itália)
1720 - MINCHIATE DE FLORENÇA (Itália)
1760 - TAROT DE MARSELHA (França)
1889 - TAROT DOS BOHÊMIOS (França)
1870 - ETTEILLA TAROT (França)
1910 - TAROT DE RIDER-WAITE (Inglaterra)
1927 – TAROT DE WIRTH (Inglaterra)
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Aeryus Cernowain
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